Relatórios

Abril 2024

O Relatório Econômico de abril destaca os movimentos de juros nos países desenvolvidos, os dados de mercado trabalho impressionantes no Brasil e o cenário desafiador enfrentado pelo Real.

Em abril, ocorreu a primeira alta da taxa básica de juros do Japão em quase duas décadas, em contraste com a maioria do resto do mundo, que elevou suas taxas de juros de forma expressiva até o ano passado e agora entrega (ou planeja entregar) cortes nas taxas. Enquanto isso, o Banco Central da Suíça foi o primeiro entre os pares nas principais economias desenvolvidas a iniciar um ciclo de cortes de juros, possivelmente favorecendo movimentos semelhantes em outras regiões.

Na reunião de março, o Federal Reserve manteve a taxa de referência dos EUA, mas divulgou ajustes importantes em suas projeções econômicas, sinalizando juros altos por mais tempo. Além disso, a ata da reunião revelou que a ampla maioria dos membros do comitê deseja iniciar uma desaceleração no ritmo de venda de ativos do balanço da autoridade monetária em breve.

O mercado de juros, que havia convergido para as expectativas do FOMC (Comitê de Política Monetária do Fed), voltou a abrir na esteira de dados robustos de atividade econômica, mercado de trabalho e inflação. Apesar da volatilidade, a bolsa americana manteve desempenho positivo no primeiro trimestre, com contribuições menos concentradas nas grandes empresas de tecnologia, devido à melhora na performance de outros setores, como o de energia.

No Brasil, os dados recentes do mercado de trabalho continuam impressionantes, com mais um mês de forte criação líquida de empregos formais em fevereiro, conforme indicado pelo Caged, e uma taxa de desemprego historicamente baixa conforme a PNAD Contínua. Apesar disso, os serviços subjacentes apresentaram resultados abaixo do esperado no IPCA de março, embora permaneçam em patamares elevados. Além disso, o relatório bimestral de receitas e despesas do Tesouro Nacional revelou um resultado confortável no início do ano, postergando a necessidade de contingenciamento no orçamento.

Por outro lado, o mercado acionário brasileiro, representado pelo Ibovespa, enfrentou desafios desde o início do ano, com grande parte da performance negativa advinda de estatais como Petrobras e Vale. Destaca-se ainda a indústria de fundos, que tem entregado resultados melhores que o índice em 2024. Enquanto isso, o Real vem se deteriorando, superando a marca de 5 US$/R$ ao final de março e se aproximando de 5,30 US$/R$ em meados de abril, mesmo após o leilão adicional de swap cambial anunciado pelo Banco Central.

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Março 2024

O Relatório Econômico de março destaca os sinais de aceleração da atividade global, consolidação de candidatos nas eleições dos EUA, desempenho positivo das ações americanas impulsionado pelo crescimento das expectativas de lucro, e desafios e oportunidades econômicas no Brasil.

No cenário global, observamos sinais de aceleração da atividade econômica, embora as taxas de juros permaneçam elevadas. Esse movimento acontece não apenas nos EUA, mas também em outras partes do mundo, incluindo países asiáticos como a Coreia do Sul, cujas exportações são consideradas um indicador antecedente para o ciclo econômico global.

A inflação ao consumidor surpreendeu o mercado com uma aceleração a partir de janeiro, seguida de certa melhora em fevereiro. Esses dados reforçam a dinâmica recente do mercado de juros, que vem adiando as expectativas implícitas de cortes nas taxas americanas. Já em relação às eleições presidenciais dos Estados Unidos, a “super terça” confirmou as candidaturas de Joe Biden e Donald Trump com uma grande vantagem.

Apesar da volatilidade das taxas de juros, os índices de ações nos EUA mantêm desempenho positivo, impulsionados pelo crescimento das expectativas de lucro, especialmente nas empresas de tecnologia. A correlação móvel entre as ações e os títulos do governo americano continua em nível positivo.

No Brasil, o PIB do quarto trimestre de 2023 confirmou a estagnação do crescimento econômico, embora as expectativas para 2024 estejam em trajetória ascendente. O mercado de trabalho forte e pressões salariais representam riscos para a inflação, mas os preços das commodities têm proporcionado algum alívio. Observamos um movimento gradual de aumento das taxas de juros locais, refletindo os juros globais e a inflação de serviços.

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Fevereiro 2024

O Relatório Econômico da Turim destaca a dinâmica global no início de 2024, revelando um mercado de trabalho aquecido nos Estados Unidos, escala de tensões de natureza geopolítica e volatilidade nas taxas de juros globais.

O Non-Farm Payroll surpreendeu o mercado com a criação líquida de 353 mil empregos em janeiro, muito além das estimativas. Além disso, observamos uma aceleração dos salários por hora trabalhada, impulsionada por fatores climáticos que impactaram as horas efetivamente trabalhadas.

Na esfera global, as tensões geopolíticas, especialmente na região do Mar Vermelho, impactaram as cadeias produtivas, refletindo-se no aumento dos custos de frete. Já em relação à eleição presidencial dos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump confirma força nas primárias republicanas, fazendo com que o desfecho mais provável seja uma disputa entre Trump e o atual presidente Joe Biden, representando o partido democrata.

Na conjuntura local, o IPCA de janeiro superou as expectativas, revelando ainda pressão elevada sobre os preços de serviços subjacentes. Por outro lado, destaca-se também a melhora nas contas externas, impulsionada pela pujança das exportações líquidas na balança comercial.

No âmbito dos mercados, o início do ano foi marcado por volatilidade nas taxas de juros devido à incerteza sobre a política monetária global, especialmente nos EUA. O mercado, que vinha atribuindo elevada probabilidade de cortes já na reunião de março, se deparou com uma sequência de eventos “desanimadores” para a tese, postergando as expectativas para o início do ciclo de cortes.

Alguns dos principais índices de ações dos Estados Unidos, como o S&P 500 e o Nasdaq Composite, encerraram o mês de janeiro em terreno positivo, apesar da volatilidade dos juros. Entretanto, o retorno desses índices segue atribuído, em larga medida, a poucos nomes. Dito isso, o Ibovespa iniciou o ano com um desempenho mais fraco.

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Dezembro 2023

O Relatório Econômico desse mês destaca o forte processo de desinflação global, a postura conservadora do COPOM, e o fechamento das taxas de juros globais nos últimos meses de 2023.

Em 2023, testemunhamos uma desinflação global mais rápida do que o mercado esperava, impulsionada pela reorganização das cadeias produtivas e pela moderação dos preços de commodities. Nesse contexto, os bancos centrais das principais economias puderam optar por combater a inflação de forma “oportunística”, viabilizando uma interrupção do ciclo de alta de juros ainda em 2023. No caso dos Estados Unidos, especula-se que o ciclo de corte de juros pode começar ainda no primeiro trimestre de 2024.

Apesar da melhora na conjuntura econômica, o comitê de política monetária do Banco Central do Brasil (COPOM) adotou uma postura conservadora, mantendo a indicação de que antevê manutenção do atual ritmo de cortes de juros nas próximas reuniões. Ao mesmo tempo, as exportações líquidas do país atingiram saldo recorde, de quase 100 bilhões de dólares, refletindo crescimento do volume exportado, a despeito da queda nos preços das commodities importantes para a pauta exportadora.

Dezembro também foi marcado pelo fechamento das taxas de juros nos EUA, impactando não apenas os títulos com prazos de vencimento mais curtos, mas também os de prazo mais longo. Esse movimento ajudou a explicar a forte performance de índices de ações no mês. Em contrapartida, a maior parte do retorno dos principais índices no ano foi concentrada em poucos nomes. O S&P 500, por exemplo, teve cerca de 75% do seu retorno explicado pelas “Magnificent 7” – nome atribuído a uma cesta hipotética de sete das maiores empresas de tecnologia do índice.

Leia o relatório completo para uma análise detalhada e insights sobre economia global, Brasil e mercados.

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Novembro 2023

Novembro trouxe movimentações impactantes nos mercados globais. O Relatório Econômico de novembro destaca o fechamento dos vértices de longo prazo da curva de juros nos EUA, influenciado pelo anúncio do Tesouro americano de desacelerar emissões de títulos de longo prazo. Outro fator relevante que ajudou no movimento dos juros foi a composição benigna da inflação, sobretudo nos componentes mais inerciais.

A melhora na conjuntura se refletiu na comunicação de alguns membros do FOMC (Comite de Política Monetária do FED) defendendo a possibilidade de um início para o ciclo de cortes de juros ainda no primeiro trimestre do ano que vem, caso os dados de inflação sigam melhorando, a fim de manter a taxa de juros real estável.

Surpreendendo, o PIB do terceiro trimestre do Brasil mostrou resiliência, mas os números mais fortes em serviços e na demanda das famílias podem gerar algum desconforto ao COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central brasileiro), que segue aguardando sinais mais sólidos de arrefecimento na atividade econômica. Além disso, o governo optou por manter a meta de resultado primário de 2024, mas segue tentando evitar um contingenciamento de gastos no ano que vem.

Novembro destacou-se como o melhor mês em mais de 15 anos para a renda fixa global, impulsionado pelo possível fim do ciclo de alta de juros. Bolsas globais também registraram fortes altas, proporcionando resultados favoráveis para carteiras diversificadas.

A precificação dos juros terminais no Brasil voltou a cair, refletindo a tendência global, enquanto a bolsa local apresentou uma alta de 12,5% no mês, aproximando-se da máxima histórica atingida em 2021.

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Outubro 2023

O FOMC (Comite de Política Monetária do FED), em sua última reunião, manteve as taxas de juros estáveis, porém ajustou sua comunicação, reconhecendo explicitamente o aperto das condições financeiras. Esse aperto – impulsionado pela abertura das taxas de longo prazo – se mantido por tempo suficiente, poderia substituir a necessidade de altas adicionais dos fed funds.

Indicadores recentes apontam para uma desaceleração gradual da economia dos Estados Unidos, inclusive no mercado de trabalho, que vinha se provando mais forte do que o esperado até pouco tempo atrás. Vale destacar que, embora o mercado venha recebendo positivamente os dados mais fracos, isso pode mudar, a medida em que o processo de desinflação fica mais claro e cresce o risco de uma recessão.

No Brasil, o IPCA-15 de outubro mostrou avanço no processo de desinflação, especialmente nos núcleos e no segmento de serviços, métricas que vem sendo acompanhadas de perto pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM). Apesar disso, o comitê expressou preocupação com o cenário internacional, sobretudo pelo risco de uma possível depreciação cambial, o que poderia gerar novas pressões inflacionárias.

Nos mercados, o destaque do mês foi a forte abertura dos juros dos EUA, atingindo máximas próximas a 5% nas taxas nominais de longo prazo. Entretanto, boa parte desse movimento se reverteu já nos primeiros dias de novembro. Esse movimento foi um dos principais responsáveis pela performance dos principais índices de ações, que recuperaram boa parte da queda de outubro já no início de novembro, tanto globalmente quanto no Brasil.

Também chama atenção o comportamento do petróleo, a despeito da escalada dos conflitos de ordem geopolítica global. Atualmente, pouco mais de um mês após o ataque do Hamas em Israel, o petróleo chega a ser negociado abaixo dos preços anteriores ao evento.

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Setembro 2023

Nosso Relatório Econômico de setembro destaca a revisão positiva das expectativas de crescimento para os Estados Unidos, impulsionada por dados favoráveis de atividade e emprego, enquanto a atividade na Zona do Euro e na China continua em ritmo fraco.

Em sua última reunião, o FOMC (comitê de política monetária dos Estados Unidos) manteve as taxas de juros estáveis, mas revisou de forma relevante as projeções econômicas, indicando a necessidade de manter juros em níveis mais elevados por mais tempo. O Banco da Inglaterra também surpreendeu ao manter as taxas inalteradas, devido à desaceleração da inflação.

Na economia brasileira, o Banco Central reduziu a taxa Selic em 50 pontos-base, seguindo o plano de cortes graduais. Além disso, a atividade econômica tem se mostrado resiliente, mesmo com juros altos, e o país tem mantido uma situação externa relativamente confortável, com forte fluxo de investimentos para o país e desempenho e superávit na balança comercial.

Nos mercados, observamos o contínuo aumento das taxas de juros de longo prazo nos EUA, atingindo níveis não vistos desde 2008. Os índices globais de ações enfrentam desafios, influenciados pela abertura das taxas de juros, com mesmo as gigantes do setor tecnológico, chamadas de “Big Techs”, registrando desempenho negativo no mês. No Brasil, as taxas de títulos de renda fixa de longo prazo também subiram, embora com menor intensidade em comparação com outras economias emergentes. De forma análoga ao ocorrido no mercado de juros, o Ibovespa também não performou bem em setembro, mas ainda se comportou melhor que os pares.

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Agosto 2023

Nosso Relatório Econômico de agosto destaca que o cenário econômico global continua marcado pelos movimentos no mercado de juros, mesmo diante do provável fim do ciclo de aperto monetário implementado nas principais economias.

No cenário global, observamos a postura firme do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, durante o Simpósio de Jackson Hole, ressaltando que a decisão entre gerar um aperto adicional ou manter as taxas de juros estáveis nas próximas reuniões dependerá da evolução da totalidade dos dados econômicos e do balanço de riscos. O discurso se deu em um momento no qual o mercado já não precifica altas adicionais na taxa de juros. De forma semelhante, Zona do Euro e Reino Unido parecem se aproximar de seus respectivos “picos de juros”. Ao mesmo tempo, o risco de uma desaceleração mais acentuada da atividade pode ganhar força, tendo em vista a recente moderação no mercado de trabalho, o fim do estoque de poupança acumulado durante a pandemia e o aumento da inadimplência do consumidor.

No Brasil, o PIB do segundo trimestre surpreendeu positivamente, impulsionado pelo mercado de trabalho resiliente e pelo estímulo fiscal, apesar da correção no setor agropecuário. Contudo, as expectativas ainda indicam uma contração no segundo semestre. Além disso, o governo enviou ao congresso a proposta de orçamento de 2024, que busca alcançar um resultado primário próximo de zero no ano que vem. Para que a proposta seja aprovada, uma série de medidas adicionais visando aumento de receita também precisam passar no congresso.

Quanto aos mercados, destaca-se a abertura das taxas de juros de longo prazo dos EUA e a consequente pressão sobre a bolsa americana. No cenário local, o Real teve um mês difícil em meio ao ambiente global de aversão a risco e à turbulência política e fiscal.

Leia o relatório completo para uma análise detalhada e insights sobre economia global, Brasil e mercados.

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Julho 2023

Nosso Relatório Econômico de julho destaca como o cenário econômico global continua marcado pelo processo de desinflação nos Estados Unidos e em várias partes do mundo, influenciado pela queda nos preços de commodities.

Núcleos de inflação mostram sinais de arrefecimento, embora permaneçam acima da meta estabelecida. Na China, a economia enfrenta desaceleração, refletida na deflação dos índices de inflação ao consumidor e produtor, além de dados econômicos consistentemente abaixo das expectativas, levando as autoridades a aumentarem os estímulos.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (COPOM) iniciou o ciclo de corte de juros com 50 pontos base, superando as expectativas iniciais de um corte mais moderado. A decisão dividiu o comitê, indicando diferentes perspectivas em relação à inflação. A recente elevação da nota de risco do Brasil pela Fitch Ratings é reflexo do desempenho macroeconômico e fiscal melhor do que o esperado, embora ainda haja desafios para atingir plenamente as metas do novo arcabouço fiscal. Apesar dessa melhora, o país continua abaixo do “grau de investimento”, o que afeta a entrada de investimentos estrangeiros no mercado de títulos públicos.

Nos mercados, as taxas de títulos públicos de longo prazo nos EUA reagiram à crescente percepção de risco, refletindo o aumento da oferta de títulos para lidar com o déficit fiscal e a possibilidade de elevação das taxas de juros longas no Japão. Enquanto isso, no Brasil, a curva de juros sugere uma taxa básica de juros (Selic) em torno de 9% ao final do ciclo de corte do Banco Central. Porém, a volatilidade nos ciclos recentes ressalta a incerteza em torno das projeções de mercado.

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Junho 2023

A desaceleração da atividade na China e na Zona do Euro, a perspectiva de altas adicionais na taxa de juros dos Estados Unidos e a proximidade do início de um ciclo de corte de juros no Brasil foram destaques do nosso #RelatórioEconômico de junho.

A atividade econômica global está desacelerando, especialmente na Zona do Euro e na China, o que reforça a tendência de queda nos preços de commodities. No entanto, o risco de perdas nas safras devido ao El Niño pode elevar os preços dos produtos agrícolas no futuro próximo

Nos Estados Unidos, os dados econômicos têm sido mais fortes do que o esperado, levando o Federal Reserve a adotar uma postura mais rígida no combate à inflação. Embora a taxa tenha sido mantida estável na última reunião, o comitê sinalizou implicitamente (através de suas projeções econômicas) que antevê duas altas adicionais até o final do ano.

O comitê de política monetária do Banco Central do Brasil revisou para cima sua estimativa de taxa natural de juros – a taxa real que não estimula nem contrai a demanda agregada e a inflação. Apesar disso, diante de um processo de desinflação e da melhora nas expectativas, o comitê declarou que pode iniciar um processo parcimonioso de inflexão já na próxima reunião.

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Maio 2023

O processo de desinflação global segue em curso, na esteira da queda de preços de diversas commodities. É o que mostra nosso Relatório Econômico desse mês. Apesar de uma trajetória descendente na inflação global, os componentes ligados a serviços continuam se mostrando bastante resilientes, tornando a convergência da inflação para as metas bastante gradual.

Nos Estados Unidos, a deterioração da oferta de crédito que sucedeu os eventos no sistema bancário americano formou um ambiente de elevada incerteza. Entretanto, é possível notar que não houve contágio relevante do crédito para os demais componentes das condições financeiras. Na prática, a retirada de um cenário de hard landing iminente ajudou a melhorar spreads de crédito e a performance de ações.

Além disso, apesar do cenário econômico ainda desfavorável, o forte desempenho de algumas companhias segue sustentando a performance da bolsa americana. Essa tendência foi reforçada por empresas tech com potencial para se beneficiar do desenvolvimento de novas tecnologias em inteligência artificial.

Já no Brasil, o PIB do primeiro trimestre se provou bem mais forte do que a expectativa do mercado. Pelo lado da oferta, o resultado refletiu uma performance muito expressiva do setor de agricultura, que teve sua maior alta trimestral desde 1996. Em contrapartida, pelo lado da demanda, o investimento em capital fixo mostrou queda forte, indicando uma perspectiva pior para o crescimento do país no futuro.

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Abril 2023

O mês foi marcado pelo tom mais brando por parte do Federal Reserve, banco central norte-americano. É o que mostra nosso Relatório Econômico de abril. Somado a uma trajetória favorável dos dados econômicos, a mudança levou a um movimento de fechamento da curva de juros, que já inclui cortes de juros em 2023.

O banco central da Europa também desacelerou o ciclo de alta, conforme esperado, mas a pausa não parece tão próxima. O discurso da autoridade monetária se manteve duro, indicando que ainda há trabalho a ser feito.

Já o crescimento da economia chinesa vem se mostrando menos intenso do que se projetava. Ao mesmo tempo, nota-se uma dicotomia entre serviços e indústria, com o primeiro ainda em expansão, enquanto o segundo já se encontra em território negativo.

Nesse contexto, o S&P 500 vem mostrando performance positiva desde março. Entretanto, observa-se que as contribuições para esse movimento ficaram altamente concentradas em empresas com maior valor de mercado – majoritariamente do setor de tecnologia – enquanto o restante do índice teve performance mais moderada.

Diante da evolução do cenário global, sobretudo diante do provável fim do ciclo de alta nos EUA, a correlação entre renda fixa e ações em horizontes de curto prazo parece estar de volta em campo negativo. Ainda é cedo para afirmar se essa tendência voltará a ser válida, mas, se confirmada, deve eliminar um dos grandes desafios recentes à gestão de portfólios.

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Março 2023

Os acontecimentos do mês de março foram muito relevantes para a economia global. Em um curto espaço de tempo, dois bancos americanos (Silicon Valley Bank e Signature Bank) tiveram falência decretada, causando apreensão sobre os mercados. Mesmo assim, os principais bancos centrais internacionais seguiram na trajetória da alta de juros – comunicando a separação entre as políticas que visam a estabilidade de preços e as medidas para assegurar a estabilidade do sistema financeiro.

A derrocada das duas instituições financeiras gerou uma onda de saques em bancos regionais nos EUA, mas a pronta resposta das autoridades monetárias e regulatórias reduziram significativamente as chances de uma crise sistêmica no setor bancário. Entretanto, deve haver redução nas concessões de crédito no horizonte próximo.

Já na cena doméstica, o principal tema econômico foi a apresentação da proposta de novo arcabouço fiscal – em substituição ao Teto de Gastos. Embora ainda restem dúvidas a respeito de como serão endereçados alguns problemas, a divulgação foi recebida de forma positiva pelo mercado, já que elimina o risco de descontrole da dívida pública.

Ainda no ambiente interno, a desaceleração do mercado de crédito também vem ganhando mais atenção. No primeiro relatório trimestral de inflação do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) revisou negativamente sua estimativa de variação do estoque de crédito, mostrando um crescimento real bem moderado em 2023.

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Fevereiro 2023

A abertura da economia chinesa pós-Covid ganhou força em fevereiro – é o que mostra o #RelatórioEconômico da Turim. A alta recente de dados que englobam diferentes métricas de mobilidade e atividade econômica é a maior desde o início da série, em 2020, sugerindo expansão da atividade econômica.

Nos Estados Unidos, o mercado de trabalho segue aquecido, apesar da contração monetária implementada pelo Federal Reserve (banco central). Além disso, o mercado acionário americano também se comportou relativamente bem – mas este equilíbrio pode se mostrar instável caso os juros voltem a subir.

Já no Brasil, a economia brasileira teve ligeiro recuo no 4º trimestre de 2022. Entretanto, no ano, o resultado de 2,9% foi consideravelmente melhor do que o previsto inicialmente pelo mercado.

Para 2023, o juro muito contracionista e os problemas no mercado de crédito devem exercer uma força baixista na atividade doméstica, compensados em parte por uma atividade agroindustrial mais forte e pelo impulso fiscal.

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Janeiro 2023

O início de 2023 vinha sendo marcado por uma recuperação da bolsa norte-americana, especialmente nos ativos mais descontados. Nosso relatório econômico mensal mostra que esse movimento foi favorecido pelo fechamento da curva de juros e a perspectiva de recuo da inflação.

Entretanto, no início de fevereiro, após a surpresa vinda de dados mais fortes, sobretudo no mercado de trabalho, vimos alguma reversão desse movimento.

No mesmo sentido, o dólar, que vinha mostrando performance mais fraca desde o final do ano passado, apresentou alguma recuperação na margem.

Já no Brasil, a moeda nacional foi capaz de se manter relativamente bem comportada diante de um fluxo de notícias bastante negativo nos últimos meses.

Fatores externos favoráveis como a reabertura da China e, novamente, o fechamento dos juros americanos ajudam a explicar o comportamento no período. Entretanto, nota-se que a performance da moeda foi pior do que a maioria dos seus pares em horizontes de 3 a 4 meses.

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