Relatórios

Setembro 2021

No cenário global, os dados mais recentes indicam que o número de novos casos, hospitalizações e mortes causadas pela Covid-19 estão desacelerando, o que tornam mais sólidas as expectativas em torno do avanço da reabertura econômica.

Nos Estados Unidos, o comitê de política monetária (FOMC) mostrou que relevante parte dos membros espera elevação dos juros já no ano que vem. Além disso, o presidente Jerome Powell sugeriu que o processo de tapering (redução da compra de ativos) pode ser iniciado em novembro e terminar no meio de 2022, em um ritmo mais rápido do que as expectativas do mercado.

Já no Brasil, as expectativas de crescimento para 2022 vêm sendo consistentemente revisadas para baixo, à medida em que fatores internos e externos, como a crise hídrica, a incerteza do cenário fiscal e político, a escassez de insumos e a inflação global se apresentam sem uma solução clara no curto prazo.

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Agosto 2021

No cenário global, a terceira onda da Covid-19 tem tido impacto contido sobre a mobilidade nos EUA. Entretanto, o mercado de trabalho do país tem sido impactado pela nova onda da doença, interrompendo temporariamente o processo de reabertura econômica norte-americana.

Na Europa, o principal destaque são as eleições gerais da Alemanha, cujas pesquisas de intenção de voto apontam para um cenário muito volátil e incerto entre os candidatos.

Já na agenda doméstica, a crise hídrica segue preocupante, com impacto imediato sobre o preço da energia elétrica. Ainda que a composição da matriz energética tenha se tornado menos dependente das fontes hídricas nos últimos 20 anos, as hidrelétricas seguem representando a maior fatia da oferta de eletricidade. Assim, o início do período chuvoso em novembro será um divisor de águas para o cenário local.

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Julho 2021

No âmbito internacional, o PIB do segundo trimestre dos Estados Unidos veio abaixo do esperado, mas revelou um robusto crescimento, liderado pelo consumo. Além disso, a #inflação americana tem surpreendido – mas parte significativa dessa surpresa advém de choques em componentes bastante específicos.

Já na China, a redução da alíquota de depósito compulsório representou um afrouxamento da política monetária. A decisão parece indicar que o PBOC (People’s Bank of China) busca agora um ajuste na margem de sua política, após trimestres marcados por uma postura restritiva.

No Brasil, uma série de fatores como a alta dos preços de commodities, escassez hídrica e perdas agrícolas causadas por fatores climáticos levaram a uma escalada da inflação. No cenário fiscal, um valor mais elevado do que o esperado para o pagamento de precatórios e a expansão de programas sociais representam uma nova ameaça ao teto de gastos.

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Junho 2021

No cenário internacional, alguns países já têm mais de 60% da população vacinada com pelo menos uma dose. Entretanto, com o surgimento de novas variantes, os casos de Covid-19 têm acelerado. A boa notícia é que as internações e óbitos não estão acompanhando esta aceleração, o que reduz o impacto social e econômico desta nova onda.

Nos Estados Unidos, o FED sinalizou que a taxa de juros subiria duas vezes em 2023 – uma alteração relevante em relação ao comunicado de março, em que havia anunciado estabilidade dos juros. Mesmo assim, a mensagem continua sendo de que o processo de normalização deverá ser lento e gradual.

A mudança no comunicado do FED teve impacto nas commodities que, embora tenham apresentado alta robusta em 2021, sofreram correções relevantes nas últimas semanas.

A combinação de crescimento robusto com taxas de juros de longo prazo bem comportadas nos EUA resultou ainda em uma overperformance relevante das ações de growth (empresas com alto potencial de crescimento no longo prazo). No ano, essas ações vinham tendo um desempenho bem pior do que as de value (empresas que estão com o seu preço considerado abaixo do seu valor intrínseco). Agora, a diferença entre elas teve uma redução significativa.

No Brasil, junho voltou a ser um mês bem positivo para o fluxo de investidores estrangeiros na bolsa. Esse movimento se dá principalmente devido às revisões positivas de crescimento e redução da percepção de risco fiscal com os números esperados mais baixos para a dívida/PIB no final de 2021.

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Maio 2021

No cenário internacional, a Europa acelerou seu processo de #vacinação, o que gerou um maior otimismo com a retomada da economia do bloco nos próximos meses – em particular com a chegada do verão, onde a atividade no setor de serviços é mais intensa.

Nos EUA, as leituras de inflação de abril e maio surpreenderam as projeções bem para cima e levantam a questão sobre de que forma esses choques podem impactar a política monetária norte-americana.

No Brasil, o PIB do 1º trimestre também surpreendeu e levou a uma rodada de forte revisão para cima nas projeções de crescimento para 2021, que já se encontram em torno de 5,5%.

Por outro lado, o baixo nível de chuvas e uma forte demanda acenderam o alerta de risco de problemas com a oferta de energia elétrica no país, o que se traduz em tarifas mais altas.

Por fim, embora os desafios estruturais do país em termos fiscais não tenham se alterado, as revisões de alta nas projeções de crescimento e inflação resultaram em uma estimativa mais baixa para a relação dívida bruta/PIB no final do ano – o que torna a dinâmica dos próximos anos menos desfavorável.

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Abril 2021

No cenário internacional, o programa de imunização norte-americano encontra-se bastante avançado. Este sucesso e o forte impulso fiscal de 2021, com a transferência direta de recursos para a população, vêm resultando em um rápido processo de reabertura da economia.

Mesmo com dados fortes, a postura do FED, banco central americano, tem se mantido firme e a instituição já afirmou que deve manter elevado o suporte monetário.

No Brasil, antes dos novos lockdowns anunciados, a atividade econômica vinha mostrando resultados melhores do que o esperado. Destaque para a elevação do IBC-Br, proxy mensal do PIB calculada pelo BC, que em fevereiro já se encontrava 2,3% acima do observado no período pré-pandemia.

Já a #inflação, apesar de algumas surpresas de baixa na margem, permanece pressionada. No curto prazo, com o forte movimento das #commodities, esta pressão deve prosseguir. Mas a ociosidade relevante ainda presente no mercado de trabalho, somada à redução de estímulos fiscais e monetários neste ano, deve mitigar uma aceleração mais consistente dos preços.

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Março 2021

Em março, Estados Unidos e Reino Unido se destacaram por seu ritmo de vacinação, enquanto a União Europeia seguiu bem atrás. Essa divergência deve se refletir no ritmo de reabertura e na performance dessas economias nos próximos meses. Essas análises estão no nosso #RelatórioEconômico mensal.

Nos EUA, a última reunião do comitê de política monetária manteve a sinalização da taxa de juros estável em 0% até o final de 2023 – mesmo com resultados econômicos fortes. O mercado, entretanto, segue duvidando desta sinalização, e precifica cerca de três altas.

No Brasil, com os sinais ainda preocupantes da COVID-19 em abril e as medidas restritivas sendo estendidas em vários estados, o início do segundo trimestre deve ser desafiador para a atividade econômica.

No cenário político, os ruídos em torno da trajetória fiscal brasileira, intensificados pelo impasse do orçamento de 2021, têm se refletido nos prêmios de risco na curva de juros. Enquanto o BC insiste em uma normalização parcial da Selic – o que pela comunicação recente significaria uma taxa em torno de 4,5% –, a precificação na curva de juros é de 6,5% no final do ano, chegando até cerca de 10% nos próximos anos.

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Fevereiro 2021

Em fevereiro, o ritmo de vacinação nos Estados Unidos impressionou por sua velocidade. O desempenho norte-americano foi superior ao europeu, o que deve se refletir em divergência dos crescimentos ao longo dos próximos meses, com uma reabertura mais rápida dos EUA. Já no Brasil, as novas medidas de lockdown devem impactar a retomada da economia. Essas análises estão no nosso #RelatórioEconômico de fevereiro.

Ainda na agenda externa, a aprovação de um pacote de estímulo fiscal de US$ 1,9 trilhão também impactou os mercados. Este desembolso do governo, somado à reabertura da economia e a política monetária muito acomodatícia, deve produzir uma forte aceleração do crescimento norte-americano ao longo dos próximos trimestres.

No cenário doméstico, o Banco Central (BC) deve anunciar uma alta da taxa básica de juros ainda em março. Um dos principais motivos para essa perspectiva é a piora nas perspectivas de inflação.

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Janeiro 2021

O ano começou com o início do processo de #vacinação em diversos países – mas com velocidades distintas. Dentre os de maior porte, os destaques são Reino Unido e EUA, o que deve se refletir em uma recuperação mais rápida destas economias no curto prazo. Na Zona do Euro, por outro lado, o processo vem sendo mais lento, assim como no Brasil. É o que mostra o #relatóriomensal da Turim MFO.

No cenário doméstico, o Banco Central sinalizou que pretende iniciar o processo de normalização da #Selic. Em um cenário hipotético em que a taxa chegue a um patamar entre 4,0% e 5,0%, e tendo em vista a precificação nos mercados de estabilidade nas taxas de juros das demais economias emergentes, a moeda brasileira deixaria de ser considerada de baixo yield – o que, na nossa visão, tenderia a favorecer um cenário de apreciação cambial.

Já a dívida bruta brasileira fechou 2020 em 89,3% – um grande salto no ano, mas bem abaixo do estimado há alguns meses. Ainda assim, o nível é elevado para uma economia emergente e a situação fiscal continua sendo a grande fragilidade do país.

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Dezembro 2020

O mês de dezembro foi marcado pela intensificação de casos da Covid-19 mundo afora, com adoção de medidas mais duras de lockdown, e novos anúncios de política fiscal expansionista nos países desenvolvidos. O Relatório Mensal da Turim MFO aborda o impacto desses acontecimentos nos mercados.

Na agenda internacional, as preocupações a respeito da segunda onda fizeram nações como França e Reino Unido adotarem uma nova rodada de medidas restritivas. Já nos EUA, o Congresso aprovou um pacote de estímulo orçado em US$ 900 bilhões – que conta com uma transferência direta de US$ 600 para as famílias, o que tende a impactar positivamente a renda dos americanos.

No Brasil, a taxa de desemprego (IBGE) vem recuando na margem. Porém, se for calculada uma estatística alternativa, que contabiliza as pessoas que deixaram de procurar emprego durante a pandemia (e, portanto, não são consideradas desempregadas), a taxa segue muito elevada e ainda há um longo caminho a ser percorrido até a volta ao nível pré-Covid.

No âmbito dos mercados, dezembro mostrou continuidade do forte fluxo de capitais direcionado às economias emergentes, o que se refletiu em bons números do Ibovespa – e os sinais iniciais de janeiro apontam na mesma direção.

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Novembro 2020

O mês de novembro foi marcado pela forte aceleração dos casos de coronavírus na Europa e nos EUA. O Relatório Mensal da Turim MFO mostra que, com as medidas de restrição, a atividade europeia deu sinais de contração relevante no mês, em particular no setor de serviços.

Diferentemente do caso europeu, as medidas do país americano foram mais brandas. Assim, com a continuidade de uma política monetária expansionista, expectativa de mais um pacote fiscal e perspectivas de vacinação, a economia americana deve continuar performando bem ao longo dos próximos trimestres.

No cenário doméstico, tivemos uma forte desvalorização cambial, que somada à alta das commodities e quebra de safra em alguns itens, vem produzindo uma forte alta nos preços dos alimentos. Além disso, no mês, o país registrou a entrada recorde de US$ 6,2 bilhões de fluxo estrangeiro para ações brasileiras – movimento que também foi visto na classe de emergentes, em particular nos países mais ligados a commodities.

Mas a fragilidade fiscal brasileira continuou sendo refletida em alguns preços de ativos – como os juros dos títulos públicos atrelados à inflação com vencimento em 2050, que mantiveram-se dentro do intervalo que vinham desde setembro.

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Outubro 2020

O mês de outubro foi marcado por uma correção nos ativos de risco – resultado de uma mistura de redução de riscos antes das #eleiçõesamericanas com o impacto econômico da quarentena na Europa, após aceleração do número de novos casos de #Covid-19.

O #relatóriomensal da Turim MFO destaca ainda a correlação positiva entre a performance das classes de ativos, com quedas no S&P 500 e na Nasdaq 100; elevação nas taxas de juros dos títulos de longo prazo – ou seja, queda de preço dos títulos –; e queda no preço do ouro.

No Brasil, depois de muito tempo, o fluxo de estrangeiros para a bolsa voltou a mostrar força, sendo o melhor mês desde março de 2019.

A taxa de #desemprego apresentou forte alta após o choque do coronavírus. Se a população economicamente ativa (empregados e pessoas procurando emprego) mantivesse comportamento similar ao pré-covid, estimamos uma taxa muito mais alta do que a oficialmente divulgada, próxima a 24%.

Já o BC reforçou a estratégia de manter as taxas de #juros estáveis por um período prolongado (forward guidance). Mas destacou que as regras fiscais terão que ser respeitadas – e que estratégias “criativas” para contornar o teto de gastos também resultarão em reavaliação da comunicação.

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Setembro 2020

A trajetória de desvalorização do #dólar contra uma cesta de moedas de países desenvolvidos perdeu fôlego em setembro, com uma correção nos mercados. É o que mostra relatório de setembro da Turim MFO, na qual explicamos que esse movimento se deu em meio a um cenário de incerteza eleitoral nos EUA, atrasos no estímulo fiscal americano e de segunda onda de #Covid-19 na Europa.

No âmbito macroeconômico, uma recuperação da demanda por bens se refletiu no comportamento da indústria global, que vem surpreendendo. Além da menor necessidade de contato social e protocolos de segurança de mais fácil adoção, a paralisação na produção e a sustentação da demanda resultaram em queda de estoques, que agora vêm sendo recompostos.

No cenário doméstico, uma #políticafiscal mais intensa em 2020, com gastos concentrados em transferências diretas para a população, vem se refletindo na recuperação econômica mais rápida que os pares. Mas a retirada dos estímulos no 4º tri deve começar a impactar a velocidade dessa recuperação.

Além disso, a grande questão que vem afetando os preços dos ativos brasileiros é como se dará a volta à normalidade fiscal em 2021, em particular, o financiamento do programa governamental #RendaCidadã.

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Julho 2020

O risco de quarentenas mais generalizadas, como as vistas no início do ano, permanece baixo e, com isso, prossegue o cenário de recuperação das economias – mas com alguns sinais sugerindo uma velocidade mais lenta. É o que mostra o relatório de julho da Turim MFO.

No cenário global, o ambiente de elevada liquidez permanece nos mercados, com a sinalização de continuidade dos amplos estímulos do FED (banco central americano). A redução dos juros reais nos EUA também tem resultado em um processo de desvalorização do dólar frente aos pares.

Na Europa, a cúpula da Zona do Euro chegou a um acordo a respeito do pacote de ajuda à recuperação da atividade pós-pandemia, com transferências diretas e empréstimos a taxas subsidiadas aos países mais impactados. Na China, a recuperação em V da atividade continuou aparecendo, principalmente no setor industrial.

Já no Brasil, a recuperação da bolsa foi acompanhada por uma queda dos juros reais dos títulos de longo prazo do governo brasileiro, respeitando uma firme relação entre as duas variáveis em prazos mais longos. Mas é preciso ressaltar que, para a continuidade do cenário de taxa de juros baixa no país, é necessário manter a âncora fiscal – a PEC do Teto de Gastos.

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Junho 2020

Com o processo de reabertura progressiva das economias, os indicadores econômicos divulgados ao longo do mês mantiveram uma tendência de surpresas positivas. É o que mostra o relatório de junho da Turim MFO. O relatório explica, entretanto, que somente após esse impulso inicial de normalização, é que teremos uma leitura mais clara da velocidade de recuperação pós-pandemia.

No cenário global, dados de consumo dos EUA foram muito fortes, em particular as vendas no varejo – graças ao apoio do governo. Por isso, o principal risco de curto prazo hoje é a ocorrência de uma 2ª onda da Covid-19, que obrigue os governos a reverterem as políticas de relaxamento das restrições implementadas nos últimos meses.

No Brasil, tivemos uma piora da taxa de desemprego. Mas políticas governamentais de transferência de renda, como o “coronavoucher”, podem ter sido relevantes para dar suporte à massa de rendimentos. Estimamos que as transferências pareçam ter sido suficientes para recompor uma parte substancial da queda na renda agregada da economia.

O mês foi positivo ainda para as bolsas globais, amparadas pela ampla liquidez. Aqui, o Ibovespa subiu 8,8%, impulsionado por sinais de redução do risco político.

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