A leitura final do PIB dos Estados Unidos apontou crescimento anualizado de 3,8% no segundo trimestre, cerca de 50 pontos-base acima das estimativas anteriores. O resultado, substancialmente acima do esperado, reacende o debate sobre um possível descompasso entre os dados de atividade, ainda resilientes, e os sinais de desaceleração mais evidentes no mercado de trabalho.
Para avaliar se houve mudança estrutural nessa relação, estimamos os coeficientes da Lei de Okun, que descreve a correlação negativa entre o crescimento do PIB e as variações na taxa de desemprego, conforme proposta por Arthur Okun em 1962, em três períodos: do pós-guerra até a Grande Crise Financeira (1948–2009), entre 2010 e 2019, e no período mais recente, a partir de 2020 (excluindo observações extremas que poderiam distorcer a análise).
O gráfico desta semana mostra que o comportamento recente entre as variações trimestrais do desemprego e do PIB não se distancia significativamente do observado antes da pandemia, embora o tamanho reduzido da amostra aumente a incerteza em torno das estimativas. Em média, os resultados sugerem que cada aumento de 1 ponto percentual na taxa de desemprego está associado a uma contração de aproximadamente 3,5 p.p. no PIB, enquanto em um cenário de desemprego estável, o crescimento tenderia a convergir para cerca de 2% ao ano.
View of the Week é uma série semanal da Turim que, a partir de um gráfico, apresenta análises e reflexões sobre temas relacionados à gestão patrimonial, mercados, economia, história e tendências.
